quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Não havia fome nem física e nem espiritual no mundo nos tempos de São Francisco de Assis, justamente por causa que o grande santo se fez alma vítima.


POR: FONTES FRANCISCANAS.


Da fome que predisse para depois de sua morte.
1 Os santos às vezes são obrigados pela força do Espírito Santo a falar coisas maravilhosas a respeito de si mesmos: quando é a glória de Deus que exige revelar a palavra, ou há alguma exigência da caridade para edificação do próximo.
2 Foi por essa razão que, um dia, o santo pai a um frade a quem tinha grande estima contou esta palavra que tirara então de seu segredo familiar com a Majestade:
3 “Em nossos dias, existe na terra um servo de Deus, por quem o Senhor não vai permitir que a fome se abata sobre a humanidade enquanto ele viver”.
4 Não tinha vaidade nenhuma, mas expressou o santo relacionamento, para nossa edificação em palavras santas e modestas, aquela santa caridade que não busca o que é seu. E nem devia mesmo esconder com um silêncio inútil tão admirável prerrogativa da predileção de Cristo para com seu servo.
5 Todos os que vimos sabemos como foram calmos e pacíficos os tempos enquanto o santo viveu, e como transbordaram na fertilidade de todos os bens.
6 Não havia fome da palavra de Deus, porque as palavras dos pregadores eram então cheias de maior virtude, e os corações de todos os ouvintes eram mais aprováveis por Deus.
7 Refulgiam os exemplos de santidade na figura dos religiosos, a hipocrisia dos “caiados” ainda não tinha atacado tantos santos, e a doutrina dos “transfigurados” ainda não tinha despertado tanta curiosidade.
8 Era justo que houvesse abundância dos bens temporais quando todos tinham tanto amor pelos bens eternos.

*
1 Quando ele nos foi tirado, houve uma alteração e tudo ficou diferente. Guerras e revoluções se espalharam por toda parte, e de uma hora para outra muitos reinos foram invadidos por calamidades mortais.
2 Uma fome atroz se estendeu em todas as direções, e sua crueldade, superando todos os males, acabou com muita gente.
3 A necessidade transformou tudo em alimento, e os homens puseram nos dentes o que nem os animais costumam comer.
4 Chegaram a fazer pães com cascas de nozes e de árvores. Para falarmos um tanto veladamente, há testemunhas para confirmar que nem a morte de um filho chegou a comover um pai torturado pela fome.
5 Mas, para que fique bem certo quem era aquele servo fiel, por cujo amor a mão de Deus estava suspendendo a vingança, o bem-aventurado pai Francisco, poucos dias depois de sua morte, apareceu ao frade a quem tinha predito a desgraça e afirmou claramente que era ele aquele servo do Senhor.
6 Certa noite, estando o frade a dormir, chamou-o com voz clara e disse: “Irmão, já chegou a fome que Deus não permitiu que viesse sobre a terra enquanto eu estava vivo”.
7 Acordado pela voz, o frade contou depois tudo por ordem.
8 Mas na terceira noite depois disso o santo apareceu de novo e repetiu palavras semelhantes.

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