sexta-feira, 24 de outubro de 2014

São Bento e as 2 monjas linguarudas e excomungadas que se levantaram da sepultura e saíram da Igreja.

POR: VIDA DE SÃO BENTO - SÃO GREGÓRIO MAGNO (pág 35)

CAPÍTULO XXIII. AS MONJAS MORTAS RESTITUÍDAS

À COMUNHÃO DA IGREJA.

Gregório: “Dificilmente, Pedro, era a sua palavra, mesmo no trato quotidiano, desprovida de eficácia; pois, tendo alçado aos céus o coração, não lhe podiam as palavras baixar vazias dos lábios. Se, pois, alguma vez dizia algo, não já decidindo, mas somente ameaçando, sua palavra tinha tanta eficácia como se não a tivesse dito apenas duvidosa e condicionalmente, mas já em sentença irrevogável. 
Assim é que, não longe do mosteiro de Bento, viviam num sítio próprio duas monjas, senhoras de nobre linhagem a quem certo homem religioso prestava serviço nas necessidades da vida exterior. Em alguns, porém, a nobreza da raça produz a vileza do espírito, de modo que essas pessoas, recordando que foram um pouco mais do que outras, são menos dispostas a desprezar-se neste mundo; assim eram as duas monjas, as quais não tinham reprimido perfeitamente a língua sob o freio do hábito, e
freqüentemente provocavam à ira, com palavras imprudentes, o homem que lhes prestava serviço nas
indigências exteriores. Este, depois de tolerar por muito tempo tais coisas, dirigiu-se finalmente ao homem de Deus e contou-lhe quantas afrontas sofria. Bento, tendo ouvido como procediam as monjas, logo mandou dizer-lhes: “Corrigi vossas línguas porque, senão vos emendardes, eu vos excomungarei”. Por conseguinte, não proferiu a sentença de excomunhão, mas apenas ameaçou.
As monjas, porém, sem nada mudar dos antigos costumes, morreram dentro de poucos dias e foram
sepultadas na igreja. Ora, quando ali se celebrava a solenidade da Missa, e o diácono clamava como de costume: “Se há alguém excomungado, retire-se do lugar, a ama que as criara e costumava oferecer ao Senhor a oblação por elas, via-as erguerem-se da sepultura e saírem da igreja. Havendo observado muitas vezes que à voz do diácono elas saiam e não podiam ficar no templo, lembrou-se do que o homem de Deus lhes mandara dizer quando ainda viviam, isto é, que as privaria da comunhão eclesiástica, se não emendassem os costumes e palavras. Com grande dor, então, foi referido o caso ao servo de Deus, que na mesma hora deu com sua própria mão uma oblação, dizendo: “Ide, e fazei que esta oferenda seja apresentada ao Senhor em favor delas, e a seguir já não
estarão excomungadas”. De fato, a oferta foi imolada em sufrágio das duas defuntas, e, quando o diácono clamou, segundo o costume, que saíssem os excomungados, não foram mais vistas sair da igreja. Com isto ficou indubitavelmente claro que as ditas monjas, não mais saindo com aqueles que estavam privados da comunhão eclesiástica, a tinham recuperado do Senhor por intermédio do seu servo.” Pedro: “É muito para admirar que esse homem, embora venerável e muito santo, mas ainda vivendo nesta carne corruptível, tenha podido libertar almas já colocadas diante do invisível juízo.”
Gregório: “Acaso, Pedro, não estava ainda nesta carne aquele que ouviu: “Tudo que ligares sobre a terra, será ligado no céu, e tudo que desligares sobre a terra, será desligado no céu” (Mt 16,19) ? O poder dos Apóstolos de ligar e desligar, obtêm-no hoje aqueles que, cheios de fé e santos costumes, ocupam um posto de governo sagrado. Contudo, para que o homem, feito do pó da terra, goze de tamanho poder, veio do céu à terra o Criador do céu e da terra; e, para que a carne julgue também os espíritos, Deus feito carne pelos homens deu-lhe o respectivo poder em sua liberalidade, pois a nossa
fraqueza se elevou acima de si própria pelo fato mesmo de se ter enfraquecido sob si mesma a força de Deus.” Pedro: “Em verdade, com o poder dos milagres concorda a eficácia das palavras do santo.”

2 comentários:

  1. é esse poder de ligar e desligar que Dom Marcel Lefebvre nao acreditou, se Pedro quis ligar a Missa Nova mesmo nao sendo a preferida de Deus, pq ele nao acredita no poder de ligar e desligar de Pedro

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  2. O Anônimo aí em cima confessa: "[...] se Pedro quis ligar a Missa Nova MESMO NÃO SENDO PREFERIDA DE DEUS"...veja só: um peixe realmente morre pela boca. Ele nega a verdade conhecida e se obstina no erro. Caro Anônimo obstinado, o erro sempre será um erro, por quem quer que seja proclamado! Devemos obedecer antes a Deus que aos homens, não é mesmo?! O dever da desobediência aos homens por amor à uma obediência superior é algo muito valioso.

    E viva Monsenhor Marcel Lefèbvre que nos foi dado pela Providência e Misericórdia Divina para a maior glória de Deus e a salvação de nossas almas!

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