sexta-feira, 25 de julho de 2014

Deus permitir o mal, não faz com que Sua bondade seja anulada.

DEUS, PERMITINDO O MAL, NÃO ANULA SUA BONDADE.


POR: COMPÊNDIO DE TEOLOGIA (SÃO TOMÁS DE AQUINO)


Não repugna à bondade divina permitir o mal nas coisas por ela ordenadas.

1 — Em primeiro lugar, porque não é próprio da providência deixar que se perca a natureza
das coisas por ela governadas, mas salvá-las. Com efeito, a perfeição do universo requer que haja
uns seres nos quais não possa o mal existir, e outros, que possam estar sujeitos ao mal, conforme a
sua natureza; se, por conseguinte, o mal fosse totalmente excluído das coisas, a natureza divina não
as governaria segundo a natureza de cada uma delas. Ora, isso seria um maior defeito que os
defeitos que delas fossem tirados.
2 — Em segundo lugar, porque não pode existir o bem de alguma coisa sem que venha o
mal para outra coisa, como vemos que a geração de um ser não se processa sem a corrupção de
outro ser; que a alimentação do leão não se faz, sem a morte de outro animal; que a paciência não
existe no justo, sem que o injusto o persiga. Ora, se o mal fosse totalmente excluído das coisas,
seguir-se-ia que também de muitos bens seriam elas privadas. Por isso, não cabe à Providência
Divina excluir totalmente o mal das coisas, mas sim, dirigir os males surgidos para algum bem.
3 — Era terceiro lugar, porque os próprios males particulares tornam os bens mais
recomendáveis quando são comparados entre si, como também o negro mais escuro, pelo contraste,
torna o branco mais claro. Assim, enquanto permite o mal no mundo, a bondade divina torna-se
mais evidente, nas coisas, e a sabedoria divina mais manifesta, na ordenação dos males para o bem.

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